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Trabalho na Roça: Uma Vida de Administração e Vínculos

Ah, você tá curioso com essa história de trabalho na roça 24 por 7?

Senta aí, pega um café. Não é bem um “24 por 7” igual farmácia ou posto de gasolina, não. É outra pegada, mais ligada no sol, na chuva, no bicho e na planta que não tem relógio. Deixa eu te explicar como funciona por aqui, no nosso ritmo.

A vida na roça: um batente que não tem hora pra acabar

Olha, a primeira coisa pra entender é que a natureza não tira folga, né? E a gente vive dela. Por isso, o serviço aqui na roça não tem um botão de desliga. De manhãzinha, antes mesmo do sol dar as caras direito, já tem coisa pra fazer. Principalmente se tem bicho. Vaca precisa ser tirada o leite, e isso não pode esperar. Tem que alimentar, limpar curral, ver se tá tudo certo. E não é só de manhã. De tardezinha, tem mais ordenha, mais trato pros animais. E no meio do dia? Campo, horta, cercas, máquina quebrou… sempre aparece algo.

Os motivos que fazem o relógio sumir na vida da roça

Viu só? Só a lida com os animais já dita um ritmo que não para. Mas tem mais. A terra também manda na gente. Você planta na época certa, se não, perde tudo. E pra plantar, tem que preparar a terra. Depois que nasce, tem que cuidar, tirar mato, rezar pra chuva vir (ou não vir demais!). E aí, quando chega a colheita, meu amigo, o tempo some de vez. É hora de tirar da terra o que você trabalhou o ano todo pra ter. Não dá pra esperar o dia seguinte se a previsão é de temporal, por exemplo. Tem que ir, faça sol ou faça lua. Assim, a gente aprende que o tempo da roça é ditado pela necessidade, não pelas horas no relógio. É um trabalho na roça 24 por 7 no sentido de estar sempre disponível.

Não é só trabalho: a vida que se mistura com o batente

E essa rotina acaba virando o jeito de viver. A gente não “vai” trabalhar na roça, a gente vive nela. A casa é aqui, a família tá junto na maioria das vezes. As crianças crescem vendo o pai, a mãe, os avós lidando com a terra e os bichos. Isso cria um laço forte. Aliás, essa coisa de misturar vida e batente é o que faz muita gente gostar daqui, mesmo com o cansaço. O escritório tá na frente da casa, debaixo da árvore, no curral. E por causa disso, não tem muito essa divisão certinha de “agora tô trabalhando, agora tô de folga”. A gente tá sempre meio de olho, sabe? Sempre pensando no que precisa ser feito. E por isso mesmo, tem que gostar de verdade, porque não é só um emprego, é a vida.

O lado difícil e o que faz valer a pena o batente rural

Claro que não é um mar de rosas o tempo todo. Tem os perrengues. Mercado instável que derruba o preço do que você produz, custo dos insumos que só sobe, a seca que aperta ou a chuva que destrói. Tem máquina que dá problema na hora mais importante, bicho que adoece do nada. E o cansaço físico, ah, esse é real. Tem dia que o corpo dói de um jeito que você duvida que levanta amanhã. No entanto, apesar de tudo isso, muita gente fica. E aí você pergunta: por quê? Porque tem o outro lado. Ver a plantinha que você colocou na terra crescer e dar fruto, ou ver o bezerrinho que você ajudou a nascer ficar forte. Tem a liberdade de fazer seu tempo (mesmo que o tempo seja ditado pela natureza!), a qualidade da comida que você põe na mesa, o ar puro. E essa sensação de estar produzindo algo real, de sustentar, de ser independente. Esses pequenos prazeres e conquistas são o que temperam e fazem esse trabalho na roça 24 por 7 valer a pena pra quem escolhe essa vida.

Cada estação tem seu batente: o calendário da roça

Pensando nesse batente sem fim, cada época do ano tem seu ritmo próprio. Na primavera, por exemplo, é a hora de preparar a terra e plantar muita coisa. É um corre-corre pra deixar tudo pronto pro verão. E aí, no verão, com o calor e a chuva que (se Deus quiser) vem, a planta cresce. Mas o mato também! Então, é tempo de cuidar da lavoura, tirar o que não presta, ver se não tem praga. É a época de ver o resultado do plantio começando a aparecer. No outono, vem a colheita principal. Milho, feijão, soja… Dependendo do que você plantou, essa é a época mais intensa, com longas horas no campo. E por isso, a gente fica exausto, mas feliz de ver o silo enchendo ou o caminhão saindo carregado. Já no inverno, o ritmo diminui um pouco no campo, mas não para. É hora de consertar cerca, arrumar máquina, cuidar da manutenção das benfeitorias. E, claro, os bichos continuam precisando de cuidado diário. Aliás, é um tempo bom pra planejar o ano que vem. Mesmo quando parece mais parado, tem sempre um detalhe, um reparo, uma lida que precisa ser feita, confirmando que o trabalho na roça 24 por 7 é mais que um termo, é a realidade.

A resiliência de quem enfrenta o batente da roça

E pra dar conta desse ritmo, precisa ter uma casca grossa, viu? Não é só força no braço, é força na cabeça também. Porque planejar na roça é fundamental, mas estar pronto pra mudar tudo a qualquer momento é mais ainda. Você pode ter tudo certinho na sua cabeça, mas aí vem uma geada fora de época, ou um preço lá embaixo que desanima. Ou o trator quebra bem no meio do plantio. Nessas horas, não adianta sentar e chorar (embora às vezes dê vontade!). Tem que dar um jeito, improvisar, pedir ajuda pro vizinho. É essa capacidade de se reinventar, de não desistir fácil, que faz a diferença. É a resiliência. E essa resiliência é moldada por cada dia de sol escaldante, cada noite preocupado com a chuva de granizo, cada dificuldade superada. É parte essencial do pacote do trabalho na roça 24 por 7.

Na roça, a mão estendida faz o batente ficar leve

Uma coisa que ajuda muito nesse batente sem fim é a comunidade. Ninguém vive isolado aqui. Quando o bicho aperta, na hora da colheita pesada ou quando surge um imprevisto grande, o vizinho tá ali pra ajudar. A gente chama de “mutirão”, ou às vezes é só uma troca de favor. Você ajuda o outro hoje a capinar, ele te ajuda amanhã a carregar lenha. Precisa de uma peça emprestada? Quase certo que alguém por perto tem. Essa solidariedade, essa rede de apoio informal, é o que torna o trabalho na roça 24 por 7 menos pesado. Saber que você não tá sozinho na hora do aperto faz toda a diferença. É um valor antigo, mas que continua muito vivo e necessário.

Pra fechar o papo: o que guardar sobre a roça

Então, quando a gente fala em trabalho na roça 24 por 7, não é pra glamourizar nem pra reclamar demais. É só pra descrever a realidade de um batente que é diferente do trabalho na cidade. Não tem ponto pra bater, não tem fim de semana sempre livre, não tem feriado garantido. O que tem é uma dedicação constante, uma conexão forte com a terra e os bichos, e a satisfação de ver o fruto do seu esforço e da natureza combinados. É um estilo de vida, com seus desafios e suas belezas.

Acabou o papo por hoje: a roça segue o baile

É isso. A roça não para, mas a gente também não reclama. É o nosso jeito, nossa vida. Espero que tenha dado pra entender um pouco melhor como as coisas funcionam por aqui. Qualquer outra dúvida, é só perguntar.

FAQ

  • Tem mesmo zero descanso na roça? Não é bem zero, mas é diferente. Não tem folga igual na cidade. Mesmo domingo tem que cuidar dos bichos e dar uma olhada geral. O descanso vem mais nos intervalos curtos ou em épocas menos corridas, tipo o meio do inverno.
  • Como vocês aguentam esse pique todo? Virou rotina, né? E também tem que gostar. É o que a gente conhece, o que a gente ama fazer. A paixão pela terra e pelos animais dá uma força danada.
  • O que faz valer a pena esse trabalho na roça 24 por 7? Ah, ver as coisas crescerem, a liberdade de estar na natureza, comer o que você mesmo produz. Tem um monte de coisa que o dinheiro não paga e que faz a gente continuar.
  • E férias? Existe isso? Férias de ir pra praia uma semana inteira é bem raro, viu? Dá pra dar uma escapada curta às vezes, mas alguém sempre tem que ficar pra cuidar do essencial. A roça não se cuida sozinha.
  • É só trabalho braçal ou tem que pensar muito? Tem que pensar demais! Planejar plantio, colheita, finanças, prever o tempo, resolver problema com máquina ou bicho. É muito cálculo e estratégia, além da força física.