Ah, sobremesas de são joão… alguém aí me perguntou. E eu, que viciei a vida na roça, sei bem o que isso mexe por dentro. Não é só açúcar, sabe? Tem cheiro de fumaça, de fogueira baixando, de milho colhido na hora. É um pedaço da gente.
O Gosto do Campo: As Sobremesas que São a Cara da Festa
Assim, a base de tudo na nossa festa junina, quando o assunto é sobremesa, geralmente gira em torno de três coisas que a terra dá com fartura nessa época: milho, amendoim e coco. Parece simples, né? Mas a mágica tá no jeito de juntar.
O milho, por exemplo, vira uma porção de coisa boa. Tem a canjica, que a gente também chama de mungunzá em alguns lugares, quentinha, com leite, açúcar, canela… É um abraço no estômago. Aí tem o curau, que é mais cremoso, feito do milho verde ralado na hora. Sem falar na pamonha doce, embrulhada na palha, molinha… Cada uma tem seu encanto.
E o amendoim? Vira pé de moleque, aquele doce duro e crocante que gruda no dente, mas que vale cada mastigada. Ou a paçoca, esfarelando na boca. São doces que dão energia, com aquele gostinho de roça pura.
Claro, tem o coco também. A cocada, que pode ser branca, preta, mais mole, mais seca. E o quindim, amarelinho brilhante, lisinho por cima e com o coco ralado no fundo.
Então, quando você pensa em sobremesas de são joão, pensa nessas três bases, porque elas contam a história da nossa terra, do que a gente planta e colhe.
Não É Só Doce: O Sentimento que Vêm Junto com a Festa
Olha, comer essas sobremesas de são joão vai muito além de matar a vontade de um docinho. Tem um sentimento misturado ali. Pensa bem: a gente tá numa noite fria de junho, perto da fogueira que tá diminuindo, ouvindo um forró… Daí alguém aparece com uma panela de canjica fumegante. Ou um prato de curau fresquinho. Ou um monte de pé de moleque. Isso aquece a alma, não é só o corpo.
É o gosto da infância, sabe? Lembro da minha avó fazendo quindim, o cheiro de ovo e coco espalhando pela casa. Ou a gente molecada roubando pedaço de pé de moleque antes de endurecer. Isso fica guardado.
Por isso, cada garfada, cada pedacinho dessas sobremesas de são joão traz uma memória junto. É a família reunida, os amigos rindo, a música tocando. Não é só a receita, é a história que ela carrega. E a variedade ajuda nisso, porque cada um tem seu preferido, o que lembra mais uma situação ou uma pessoa.
Tem gente que ama o arroz doce, cremoso, com canela por cima. Outros preferem um bolo de milho bem fofinho. Ou o bolo de aipim úmido. O importante é que todos eles têm essa cara de “feito em casa”, de carinho misturado nos ingredientes. É o sabor da união, no fim das contas.
O Gosto Junino em Tempos Modernos e as Novidades Que Vêm
Bom, o tempo passa, as coisas mudam, né? Antigamente, as sobremesas de são joão eram feitas ali, em casa ou na vizinhança, com o que tinha na roça. Hoje em dia, você acha canjica e curau até no supermercado, pronto pra comer. E isso tem seu lado bom, porque quem não tem tempo ou não sabe fazer, consegue provar.
Mas tem umas novidades aparecendo também. Sabe aquela onda de misturar tudo? Então, tão inventando versões “gourmet” das nossas sobremesas de são joão. Pé de moleque com chocolate belga, curau com calda diferente, canjica com leite condensado cremoso de caixinha (que convenhamos, não é a mesma coisa que o feito em casa, mas quebra um galho).
Tem até chef de cozinha que tá pegando essas receitas antigas e dando uma roupagem nova. Usando ingredientes diferentes, apresentando de outro jeito. E quer saber? Acho que isso é legal. Mantém a tradição viva, mostrando que ela pode se adaptar, pode ter cara nova sem perder a essência.
O importante, eu acho, é que a gente não esqueça de onde veio. Por mais que apareçam versões modernas ou que a gente compre pronto, a lembrança daquele feito à mão, com carinho, com o cheiro de fogueira no ar, isso é o que faz a sobremesa de são joão ser especial de verdade. É a raiz que alimenta a novidade. E dá pra ter os dois, né? Provar o novo e não esquecer o antigo.
Mãos na Massa: Dicas Simples Para Fazer em Casa
Agora, se você ficou com água na boca e quer tentar fazer alguma dessas sobremesas de são joão em casa, não precisa ter medo não. Não é bicho de sete cabeças. Umas precisam de mais paciência, outras são rapidinhas.
Por exemplo, canjica (ou mungunzá) requer que você deixe o milho de molho um tempão antes de cozinhar. Mas depois é só misturar os leites (de coco, de vaca), açúcar, cravo, canela… e deixar cozinhar até ficar macio e cremoso. O segredo é não ter pressa e mexer de vez em quando pra não grudar no fundo.
O curau é mais chatinho de ralar o milho verde, se for do jeito tradicional. Mas hoje em dia tem gente que bate no liquidificador. O importante é coar bem o caldo depois, misturar com açúcar e levar pro fogo, mexendo sem parar até engrossar. Cuidado pra não empelotar!
Pé de moleque parece simples (amendoim torrado com rapadura ou açúcar derretido), mas acertar o ponto do caramelo é o que pega. Tem que ficar de olho, senão queima num instante. Despejar rápido na pedra ou forma untada e cortar antes que esfrie demais. É questão de prática.
Cocada também tem seus macetes. Se quer ela mais cremosa, não deixa secar muito. Se quer mais durinha, deixa mais tempo no fogo. Mas o básico é coco ralado, açúcar e um pouquinho de água ou leite.
Minha dica principal é: comece pelo mais fácil se for iniciante. Um bolo de milho simples, um arroz doce. E o mais importante: coloque carinho. A mão que faz, o amor que se coloca, isso muda o sabor de qualquer sobremesa de são joão. Não precisa sair perfeito de primeira. O gostoso é tentar, é o cheiro que fica na cozinha. É isso que faz a diferença.
Cada Região Tem Sua Versão da Festa Junina e Seus Doces

É interessante ver como a festa de São João se espalha pelo Brasil, e com ela, as sobremesas de são joão também ganham um toque regional. No Nordeste, por exemplo, o milho reina absoluto com suas variações: canjica, pamonha, curau, bolo de milho de tudo quanto é jeito. O pé de moleque e a paçoca também são fortes, mas o milho é o rei da roça nessa época.
Descendo pro Sudeste, você ainda encontra muitos desses, claro, mas às vezes aparecem outros bolos, o arroz doce é bem popular. Em Minas Gerais, por exemplo, o milho também tem seu lugar, mas a tradição de doces caseiros é tão forte que se mistura um pouco com os doces juninos.
Lá pro Sul, onde o frio aperta mais em junho, a festa junina pode ter algumas adaptações, e talvez as sobremesas de são joão ganhem variações ou outras sobremesas quentes apareçam com mais força. Mas a base de milho, amendoim e coco ainda aparece, porque a tradição viajou junto com o povo.
Então, mesmo que o nome mude (canjica ou mungunzá?), mesmo que a receita tenha uma pitada a mais ou a menos de alguma coisa, a essência tá ali: ingredientes da terra transformados em doces que confortam e celebram a colheita, a fé e a união. Cada lugar celebra do seu jeito, mas o gosto de festa, de carinho e de tradição das sobremesas de são joão, esse é universal no Brasil junino.
O Que Fica Depois da Festa: A Memória Doce Guardada
Enfim, a fogueira apaga, a música diminui, as bandeirinhas são guardadas. A festa de São João passa, mas o que fica, pra mim, é o cheiro no ar e o gosto na memória. Aquela sobremesa de são joão que você comeu, aquela que te lembrou alguém especial, ou a que você fez junto com a família…
Elas não são só comida. São âncoras de lembrança. São um jeito de manter a gente conectado com quem veio antes, com as histórias da nossa terra, com o ciclo da natureza. É o milho que virou festa, é o amendoim que virou energia pra dançar quadrilha, é o coco que adoçou a noite fria.
Essas sobremesas de são joão são parte do nosso patrimônio, um jeito gostoso de não esquecer quem a gente é e de onde a gente veio. E passar isso pra frente, pros filhos, pros netos, é tão importante quanto saber a receita. É passar o amor pela tradição.
E Assim Termina o Nosso Doce Papo Sobre São João
Bom, acho que deu pra ter uma ideia do que significa essas sobremesas de são joão pra gente aqui da roça e pra muita gente boa pelo Brasil. É sabor, é memória, é festa.
FAQ
- Quais são as sobremesas mais comuns de São João? Olha, as que não podem faltar de jeito nenhum são a canjica (ou mungunzá), o curau, a pamonha doce, o pé de moleque e a paçoca. Mas tem bolo de milho, arroz doce, cocada… uma porção de coisa boa.
- Por que usam tanto milho e amendoim? Porque junho é época de colheita de milho em muitos lugares, e o amendoim também é coisa da roça. São ingredientes que a terra dá com fartura nessa época, então viraram a base da festa.
- Onde posso encontrar as sobremesas de são joão pra comprar? Ah, você encontra as sobremesas de são joão nas festas, claro, mas também em algumas lojas especializadas em doces, em quitandas, e hoje em dia até em supermercados na época da festa. Mas fazer em casa tem outro sabor!
- As receitas são iguais em todo lugar do Brasil? Não são, não. Tem variação sim, dependendo da região. O nome pode mudar, um ingrediente ou outro também, mas a alma da sobremesa de são joão com milho, amendoim ou coco costuma estar presente.
- É difícil fazer essas sobremesas em casa? Algumas precisam de mais jeito e paciência, tipo o pé de moleque no ponto certo ou ralar milho pra curau. Mas outras são mais simples, como um bolo de milho ou um arroz doce. O negócio é tentar e não ter medo de errar um pouquinho no começo.