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Descubra o Segredo do Queijo Artesanal da Roça e Seu Sabor Único

Os queijos que a gente faz aqui no sítio, do leite ao ponto

Então, você tava me perguntando outro dia sobre fazer queijo para se fazer na roça. É uma arte, viu? E tem gosto de casa, de terra. Aqui a gente faz uns tipos mais comuns, aqueles que todo mundo conhece, mas o sabor… ah, esse é só nosso. O leite que sai da vaca hoje, vira queijo amanhã ou depois. Isso faz uma diferença danada no resultado final, na textura, no cheiro. É bem diferente de pegar um bloco no mercado. E o legal é que, com o mesmo leite, dá pra fazer queijos bem diferentes. É como a gente transforma a mesma farinha em pão ou bolo, sabe? Tem a mão da gente no meio, o clima do dia, tudo conta.

O primeiro passo: o queijo frescal de todo dia

O queijo mais rápido, o mais simples de fazer aqui, é o frescal. Esse a gente faz quase todo dia, pra ter sempre na geladeira. Ele é macio, branquinho, cheio de soro. É o queijo para se fazer na roça ideal pra quem tá começando, porque não precisa envelhecer, não tem complicação de cura.

Pra fazer o frescal, a gente pega o leite morninho, direto da ordenha ou esquenta um pouco se for o de ontem. Aí coloca o coalho, que é tipo um fermento que faz o leite “coalhar”, ficar firme. Você espera um tempo, e o leite vira uma gelatina branca. Depois, a gente quebra essa coalhada com uma colher grande ou um bastão. Isso ajuda a separar o soro. Quanto menor você quebrar, mais seco o queijo fica depois. Coloca numas formas furadinhas, tipo peneira, pra escorrer o soro. Salga na medida certa, vira pra escorrer mais, e pronto. Em poucas horas já dá pra comer. Ele não dura muitos dias, por isso a gente faz fresco. É bom demais com goiabada ou no café da manhã.

Passando do frescal: a magia do queijo curado

Agora, se você quer um queijo que dure mais, que tenha mais sabor, mais “personalidade”, a gente faz o queijo curado. Esse já começa igual o frescal, usando o leite e o coalho. Mas depois que ele escorre e toma forma, a gente não come logo. A gente deixa ele “curar”. Isso significa deixar ele envelhecer num lugar fresco e arejado.

Dependendo de quanto tempo ele fica curando, o sabor muda muito. Se for uns dias só, ele ainda tá meio molinho por dentro, o que chamam de meia-cura. Fica ótimo pra fritar! Se deixar mais tempo, semanas ou até meses, ele fica mais duro, mais seco, com a casca amarelada e um sabor bem mais forte. Fica aquele queijo pra ralar, pra petiscar com uma cachaça boa. O segredo aqui é o lugar onde ele cura: precisa ter a temperatura certa, a umidade certa. A gente tem um quartinho próprio pra isso, onde a gente vira os queijos todo dia, limpa a casca se precisar. É um cuidado diário. Por isso, fazer queijo para se fazer na roça curado exige mais paciência e um olho atento. Mas o resultado… rapaz, vale cada dia esperando.

Nada se perde: o queijo da água do leite, a ricota

Você já viu aquela água amarelada que sai quando a gente faz queijo? A maioria chama de soro. Pois é, aqui a gente não joga isso fora não! Com ela, a gente faz a ricota. Parece mágica: aquela água rala vira queijo de novo.

Depois que a gente tira a coalhada para fazer o frescal ou o curado, sobra o caldeirão cheio de soro. A gente pega esse soro, esquenta de novo, quase até ferver. Quando ele tá bem quente, a gente coloca um pouquinho de vinagre ou suco de limão. Não precisa muito, é só pra ajudar. Aí sim, você começa a ver uns flocos brancos subindo na superfície. Aquilo é a ricota! A gente junta aqueles flocos com uma peneira, coloca em formas furadinhas pra escorrer mais um pouco do soro restante, salga levemente e pronto. É um queijo bem leve, com pouca gordura. Fica uma delícia pra comer fresco, misturar em recheios de torta ou fazer patê. É a prova de que na roça a gente aproveita tudo que a natureza dá. E fazer ricota é rapidinho, coisa de quinze minutos depois que o soro tá quente.

Segredos e desafios de fazer queijo de verdade

Agora, pra fazer um bom queijo para se fazer na roça, tem uns pontos que fazem toda a diferença. O principal deles é o leite. Não adianta, leite bom é a base de tudo. Precisa ser fresco, de vaca sadia, e ordenhado com higiene. Qualquer sujeirinha ou contaminação estraga tudo. O leite “velho” ou mal conservado não coalha direito, ou dá gosto ruim no queijo. É por isso que aqui a gente preza tanto pela limpeza na hora da ordenha e do manuseio do leite.

Outra coisa importante é o coalho. Tem coalho de tudo que é tipo, líquido, em pó, de origem animal, vegetal, microbial. A força dele varia muito. Se o coalho tá fraco ou vencido, o leite não firma. Se puser demais, o queijo fica borrachento. E a temperatura do leite na hora de colocar o coalho e cortar a massa… isso é crucial! Um grau pra lá ou pra cá muda a textura final. É uma ciência meio na base da experiência, sabe? A gente aprende errando também. Já perdi leite porque o coalho não agiu no frio, ou porque a temperatura tava alta demais e o queijo ficou duro antes da hora. Faz parte do aprendizado.

Nossos queijos ganhando o mundo e novas ideias

Falando nisso, sabia que os queijos feitos assim, do jeito da roça, tão ganhando um baita destaque hoje em dia? O pessoal da cidade tá descobrindo o valor, o sabor único desses queijos artesanais. Principalmente os daqui de Minas, como o Canastra, o Serro, o Salitre. Eles tão conseguindo selos, reconhecimento. Isso é bom demais pra quem faz, porque valoriza o trabalho e ajuda a manter essa tradição viva.

E junto com isso, vem informação nova. Muita gente que estuda, veterinários, zootecnistas, tão vindo pra roça ajudar a gente a melhorar a qualidade, a higiene, sem perder o jeito tradicional. Tem mais troca de ideia entre os produtores, com grupos, associações. Antes, cada um fazia do seu jeito, com o que aprendeu com os pais e avós. Hoje, a gente consegue manter a tradição mas com mais conhecimento técnico. Isso ajuda a ter um queijo para se fazer na roça ainda mais seguro e gostoso. É o saber antigo encontrando a ciência moderna, e o resultado é excelente.

As ferramentas certas e a limpeza que faz a diferença

Pra fazer queijo para se fazer na roça não precisa de um monte de máquina cara, não. As ferramentas são simples, a maioria a gente já tem em casa ou faz aqui mesmo. O básico é ter vasilhas grandes e bem limpas, de inox ou plástico de boa qualidade, pra colocar o leite. Uma colher ou pá grande pra quebrar a coalhada. As formas, que podem ser de plástico furadinho ou até de madeira, servem pra moldar o queijo e deixar o soro escorrer. Um pano limpo (tipo aqueles de prato mais finos) às vezes ajuda a forrar a forma pra dar uma textura diferente ou escorrer melhor. E claro, o coalho e o sal.

Mas o mais importante de tudo, mais que a forma bonitinha, é a limpeza. Rapaz, isso não dá pra vacilar. Tudo que encosta no leite ou na coalhada tem que tá impecável. A gente lava tudo com água quente e sabão, esfrega bem, enxágua. As formas, principalmente, porque o queijo fica nelas um tempão escorrendo. Qualquer restinho de sujeira ou resto de leite pode contaminar o queijo, dar mofo ruim, azedar. É um trabalho chato, sim, lavar tudo no capricho depois de cada uso, mas é fundamental pra ter um queijo saudável e gostoso. É a garantia de que o queijo que você tá fazendo não vai te dar dor de barriga, sabe?

Quando o queijo não sai: o que pode tá dando errado

Olha, nem sempre sai tudo perfeito. Às vezes a gente faz tudo igual e o queijo não fica bom. Acontece. Por exemplo, se o leite não coalhou direito, pode ser que o coalho tava fraco, ou a temperatura do leite tava errada (muito frio não age, muito quente mata o coalho). Se o queijo ficou mole demais, talvez quebrou a coalhada muito grande, ou não deixou escorrer soro o suficiente. Se ficou duro que nem pedra, quebrou miudinho demais ou salgou muito.

Se aparecer mofo estranho, tipo preto, rosa ou gosmento, isso é problema de higiene ou do lugar onde tá curando. Mofo verde ou azulado, tipo no queijo Gorgonzola, às vezes aparece naturalmente em alguns curados, mas tem que saber se é o “bom” ou o “ruim”. O cheiro também diz muito. Um cheiro bom de leite fermentado é normal, mas cheiro azedo forte, cheiro de estragado… aí não tem jeito, melhor não arriscar. Fazer queijo para se fazer na roça é aprender a observar. Com o tempo, você pega o jeito e aprende a identificar o que deu errado só de olhar ou sentir o cheiro. E aprende a corrigir pra próxima vez. É tentativa e erro também.

Seguindo a linha do papo, tem outros jeitos?

Tem sim! Além do frescal, curado e ricota que são os mais básicos e feitos aqui, tem outras variações. Muita gente faz o queijo coalho, que é mais firme e derrete sem espalhar, perfeito pra churrasco. Ele tem um jeito um pouco diferente de cortar a massa e cozinhar um pouco no soro quente pra dar aquela consistência puxa-puxa.

E dependendo da região do Brasil, tem queijos bem específicos. O queijo de manteiga do Nordeste, que é cozido com manteiga. O queijo serrano no Sul, que é bem diferente. Cada lugar adaptou o jeito de fazer com o clima, o tipo de gado, a cultura local. Isso é o mais legal do queijo para se fazer na roça – ele carrega a identidade do lugar de onde vem. É por isso que um queijo Canastra é Canastra, e um queijo do Serro é Serro, mesmo sendo os dois queijos curados de leite cru. O “terroir”, como dizem os chiques, conta demais.

Fechando a conversa sobre queijos feitos aqui

Bom, é isso. Fazer queijo para se fazer na roça é um ciclo. Começa com o cuidado com a vaca, com o pasto, com a ordenha limpa. Depois vem o cuidado no preparo, a paciência na espera, a limpeza de tudo. É um trabalho que dá gosto de fazer, principalmente quando você corta a primeira fatia e sente aquele cheiro bom, aquele sabor que só o queijo feito em casa tem. Não tem atalho. É dedicação, um pouco de jeito e muito respeito pelo leite que a natureza dá. E o melhor de tudo é compartilhar. Um pedaço de queijo fresco com um café quentinho, ou um curado com um bom pão… não tem luxo maior. É a simplicidade que alimenta a gente.

O sabor da roça que a gente põe na mesa

No fim das contas, fazer queijo aqui é mais que só comida. É tradição, é cuidado, é o ciclo da natureza na nossa mão. É a gente transformando o leite fresco em algo que alimenta e conforta. E é uma satisfação danada ver o resultado, sentir o cheiro, provar o sabor que só a gente faz. É o gosto da nossa terra, da nossa casa.

FAQ

Fazer frescal é muito difícil?
Que nada. É o mais sossegado pra começar. Segue o passo a passo da temperatura, do coalho e da limpeza que sai tranquilo.

O curado dura quanto tempo?
Se guardar direitinho, num lugar fresco e seco, longe de bicho, dura semanas, até meses. E o sabor só melhora com o tempo.

Dá pra fazer queijo para se fazer na roça sem leite cru?
Sim, muita gente esquenta o leite antes (pasteuriza) pra ter mais segurança. O sabor muda um pouquinho, mas dá pra fazer a maioria dos tipos assim.

Qualquer leite serve pra fazer?
O ideal é leite fresco, de boa qualidade e higiene. Leite de caixinha não coalha direito pro tipo de queijo que a gente faz aqui, de coalho.

E se meu queijo criar mofo estranho?
Mofo bom (verde, azulado) às vezes aparece no curado e é normal. Mofo preto, rosa ou gosmento não é bom. Pode ser sujeira ou o lugar tá ruim. Melhor jogar fora pra não arriscar.