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Kokedama: A Arte de Criar Plantas em Bolas de Musgo

Kokedama: A Arte de Criar Plantas em Bolas de Musgo

Ah, senta aí. Pega uma água. Outro dia você me perguntou sobre aquelas bolas de planta, né? As tais kokedama. Parece coisa de outro mundo, cheia de segredo, mas veja só, é mais simples do que parece. É um jeito de ter a planta ali, sem vaso, só na terra e no musgo. Fica bonito, diferente, e confia em mim, fazer um desses dá uma satisfação danada. É tipo brincar na terra de novo, sabe? Vamos ver isso direito?

Fazer kokedama? Pega a terra e vem cá

Então, de onde veio essa ideia de botar a planta numa bola de musgo? Essa moda, na verdade, vem lá do Japão. É uma parente mais simples do bonsai, que todo mundo sabe que dá um trabalho danado. A ideia do kokedama é tirar a planta do vaso e envolver as raízes numa mistura de terra e musgo, formando uma bola. Desse jeito, ela vive ali, naquela casca natural. É um jeito de trazer um pedacinho da natureza pra dentro de casa, com aquela cara mais rústica e, ao mesmo tempo, delicada. Por isso, muita gente gosta de pendurar ou só colocar num pratinho bonito. É prático e fica com um visual único, diferente de qualquer vaso comum. É como ter uma pequena escultura viva.

O que a gente precisa pra começar o kokedama?

Primeiro de tudo, claro, você vai precisar de alguns materiais. Nada muito complicado de achar, pensando bem. Precisa de terra, mas não é qualquer terra. O ideal é uma mistura que retenha umidade, mas que também não vire um barro duro. O pessoal que faz muito usa uma terra japonesa que chama akadama, mas se não achar, pode misturar terra vegetal comum com um pouco de substrato pra plantas e turfa ou fibra de coco. Assim, fica fofinho e segura a água na medida certa. Além disso, tem o musgo. Pode ser musgo esfagno, que vende seco, ou até musgo vivo se você tiver por perto e souber pegar sem estragar a natureza, né? Depois a linha ou barbante pra enrolar tudo. E a planta, claro. Vê se pega uma plantinha pequena, que não cresça muito rápido e que goste de umidade. Samambaias, peperômias, antúrios pequenos, essas vão bem.

Botando a mão na massa: preparando a bola

Agora é a parte boa, botar a mão na terra. Mistura a terra que você preparou com um pouco de água. A quantidade de água é no olho, mas a ideia é que vire uma massa que dê pra apertar na mão e formar uma bola, sem esfarelar nem grudar demais nos dedos. Tipo massa de modelar, sacou? Vai pondo água aos poucos, misturando bem, até chegar no ponto. Desse jeito, você garante que a bola vai ficar firme. Depois, pega essa massa e forma uma bola do tamanho que a planta precisa. Não precisa ser perfeita, viu? O charme é ser meio rústico mesmo. Essa bola vai ser o “vaso” do seu kokedama. Se a massa ficar muito seca, põe mais um pouco d’água. Por outro lado, se tiver mole demais, adiciona mais um pouquinho da mistura seca. É ir sentindo na mão.

A planta no meio da confusão toda

Falando em planta, qual escolher? Como eu disse, uma que não seja muito sedenta e que goste do ambiente que você tem. Quando for tirar a planta do vaso original, tira o excesso de terra das raízes com cuidado. Não precisa limpar tudo, só o que sair fácil. Aí, faz um furo no meio da bola de terra que você fez. Encaixa as raízes da planta nesse furo, arrumando elas ali dentro. Depois, fecha a massa de terra em volta das raízes, apertando de leve pra formar a bola de novo, com a planta no meio. O importante é que as raízes fiquem bem acomodadas na terra e que a bola fique firme em volta delas. Pode ser que precise adicionar um pouquinho mais de terra se achar que ficou pouco pras raízes. Assim, a planta já fica no lugar, esperando a “roupa” de musgo.

Amarrando a bola pra não desmanchar

Essa é a parte que dá forma final ao seu kokedama. Pega o musgo úmido e cobre a bola de terra com ele. Vê se cobre tudo, deixando uma camada uniforme. Aí, pega a linha ou barbante. O pessoal usa linha de algodão, sisal ou até linha de nylon transparente se quiser que não apareça muito. Prende a ponta da linha no musgo e começa a enrolar a bola, passando a linha por todos os lados. Vai enrolando sem deixar a linha frouxa, mas também sem apertar tanto a ponto de esmagar tudo. O objetivo é segurar o musgo no lugar. Vai cruzando as linhas, passando de um lado pra outro, até sentir que o musgo tá firme e não vai cair. Quando acabar de enrolar, amarra a ponta da linha pra fechar. Pode dar um nó caprichado pra não soltar. Desse jeito, a bola fica pronta, com a planta e o musgo tudo junto.

A primeira molhada e onde deixar o kokedama

Pronto, agora ele precisa beber água pra valer. O jeito mais comum de molhar um kokedama é por imersão. Pega um balde ou bacia com água e afoga a bola toda lá dentro. Deixa uns minutos, pensando bem, até você ver que não saem mais bolhas de ar. Isso significa que a terra e o musgo absorveram água direitinho. Aí, tira da água e deixa escorrer o excesso. Pode apertar de leve pra ajudar, mas sem estragar a bola, viu? Enquanto isso, pensa num lugar legal pra ele ficar. Vê se o lugar tem a luz que a sua planta gosta. Pesquisas recentes, sabe, aquelas que o pessoal faz em universidade, até mostram que ter plantas assim por perto faz bem pra cabeça da gente, diminui o estresse. Por isso, acha um cantinho que ele goste de luz, mas que não seja direto no sol forte o dia todo, a não ser que a planta seja de sol pleno, claro. Pode ser pendurado ou em cima de um prato.

Como saber se o kokedama tá com sede ou feliz?

Agora o cuidado do dia a dia. A pergunta que não quer calar é: quando molhar de novo? Não tem um alarme pra ele pedir água, então você precisa aprender a “sentir”. O jeito mais fácil é sentir o peso da bola. Quando ele tá bem molhado, é pesado. Conforme vai secando, fica mais leve. Outro jeito é tocar no musgo. Se ele estiver seco e esfarelando, é hora de molhar de novo. Quando ele tiver leve e seco, é só fazer o mesmo processo de imersão: bacia com água, deixa afogar até parar as bolhas, tira, escorre. A frequência vai depender do calor, da umidade do ar e do tipo de planta. No verão, talvez precise molhar mais vezes do que no inverno, por exemplo. Depois de molhar, deixa escorrer bem antes de colocar de volta no lugar. Água parada demais não faz bem pra raiz. Ah, e a luz, como a gente falou antes, é importante. Vê se a planta tá gostando do lugar onde tá.

E se der algum problema ou quiser variar?

Às vezes dá um probleminha, é normal. Se o musgo secar muito rápido nas pontas, talvez o lugar esteja muito seco ou quente. Se a planta parecer murcha, pode ser falta ou excesso de água. Tem que ir observando. Se o musgo secar muito, dá pra borrifar água nele entre as regas por imersão, pra manter ele verde e bonito. Mas se tiver sempre molhado demais, pode ser que esteja num lugar sem ventilação ou recebendo água demais. Por outro lado, se a planta parecer triste, talvez precise de um adubo líquido fraquinho junto com a água de rega, mas só de vez em quando. Se quiser mudar, veja só, dá pra usar outras linhas coloridas pra enrolar, ou tentar plantas diferentes, até umas suculentas que precisam de uma mistura de terra mais pra seca. Dá pra usar um musgo mais fofo ou um mais compacto. É um convite pra experimentar.

E é isso, seu cantinho mais verde pronto!

Pra fechar o papo, então, viu como não é bicho de sete cabeças fazer um kokedama? É um jeitinho bom de ter verde por perto, fazer algo com as mãos e ter um pedacinho da natureza ali do seu lado. Dá um pouco de trabalho no começo, mas depois o cuidado é tranquilo. E cada bola fica diferente da outra, tem a sua personalidade. É gratificante ver a planta crescendo feliz ali, naquele mundinho de musgo.

Conclusão: missão verde cumprida

Então é isso. Juntou os materiais, fez a bola, botou a planta, enrolou, deu o primeiro banho e achou um lugar. Seu kokedama tá pronto pra fazer companhia. É só cuidar com carinho que ele fica bonito por um bom tempo. Um pedacinho da roça na sua casa, quem diria?

Perguntas que o povo faz:

  • Meu musgo secou, o que faço? Mergulha na água de novo até ficar pesado. Deixa escorrer bem depois.
  • Qual planta é boa pra começar? Qualquer uma pequena que não precise de rega todo dia. Samambaia, peperômia, comigo-ninguém-pode pequenininha.
  • Quanto tempo dura um kokedama? Depende da planta e do cuidado. Meses, às vezes anos. Quando a planta crescer demais pra bola, pode transplantar.
  • Posso fazer com terra do quintal? Pode, mas mistura com alguma coisa que ajude a reter umidade sem compactar, tipo fibra de coco ou substrato pronto. Pura fica muito dura.
  • É pra pendurar ou deixar na mesa? Os dois jeitos funcionam! Vê onde bate a luz certa pra sua planta e se fica bonito no lugar.