Oh, cê quer saber do guzerá, é? Bicho interessante esse. Muita gente conhece o nelore, né? Mas o guzerá tem a sua história, e a sua força também. Tem um jeito meio senhor do pasto, sabe? Com aqueles chifres grandes que chamam a atenção logo de cara. Vou te contar um pouco do que aprendi convivendo com eles por aqui. Não é à toa que ele se deu bem nessas terras.
De Longe Chegou, e Por Que Ele Aguenta o Calor
Pois bem, a história do guzerá começa bem longe daqui, lá na Índia. Chegou no Brasil faz muito tempo, junto com outras raças zebuínas. E olha, veio pro lugar certo, porque ele é bicho que aguenta calor, seca, e pasto que não é aquela fartura toda. É resistente por natureza, sabe? Essa rusticidade vem de berço, da terra de onde ele saiu, que também tem um clima difícil às vezes. Daí que ele se adaptou tão bem aqui, principalmente nas regiões mais quentes. É impressionante ver como eles tiram proveito do que têm, firmes e fortes debaixo de um sol de rachar. E o visual? Ah, é inconfundível! Aqueles chifres em lira, que apontam pra cima e pra trás, são a marca registrada. Fora a imponência do animal, claro.
Leite e Carne: Dá Pra Ter o Melhor dos Dois?
Agora, uma coisa legal do guzerá é que ele não se define só por uma coisa. Ele é o que a gente chama de raça de dupla aptidão. Quer dizer, ele serve tanto pra produzir carne quanto pra produzir leite. Não vai dar o mesmo volume de leite que uma vaca holandesa pura, que foi selecionada só pra isso. Nem vai ter o mesmo ganho de peso rápido de um touro de raças de corte europeias em condições superintensivas. Mas, e esse é o ponto, ele faz as duas coisas, e faz bem, principalmente no nosso sistema de pasto. A vaca guzerá é uma mãe excelente, que produz leite suficiente pra criar um bezerro bom e pesado. E o macho, quando bem manejado, vira um boi de corte de qualidade. É uma versatilidade que ajuda muito o pequeno e médio produtor, sabe? Permite variar a produção na mesma fazenda.
O Guzerá de Hoje: Não É Só Tradição, É Melhoria
Outro detalhe importante é que o guzerá não parou no tempo, não. Hoje tem um trabalho forte de melhoramento genético. É tipo quando a gente seleciona a melhor semente pro plantio, sabe? Tem programas focados em achar os animais que são melhores pra leite, outros pros que dão mais carne, e outros ainda que juntam as duas coisas. Estão de olho na fertilidade, na precocidade (pra crescer e reproduzir mais rápido), na qualidade do leite, no ganho de peso. Um exemplo é o Programa de Melhoramento Genético da Raça Guzerá para Leite e Carne (PMGRG-COM), que usa dados pra identificar os melhores animais. Por isso, o guzerá moderno é um animal ainda mais eficiente do que aquele de antigamente, mantendo a rusticidade, mas agregando valor na produção. É a tradição andando junto com a ciência, viu?
Os Chifres Impõem, Mas O Bicho É Calmo?
Por falar nos chifres… muita gente que não conhece de perto fica meio assim, né? Imagina um touro daquele tamanho com aqueles “galhos” na cabeça. Dá um certo respeito. Mas aí é que tá: geralmente, o guzerá é um animal de temperamento dócil. Claro que tem que ter manejo, tratar bem, acostumar com a gente desde cedo. Qualquer animal, se acuado ou maltratado, pode reagir. Mas, no geral, são bichos calmos, fáceis de lidar no dia a dia do curral. A vaca então, nem se fala, é super tranquila com a gente e com o bezerro. O chifre ali é mais pra se defender na natureza (o que não acontece tanto em fazenda cercada, né?) e pra mostrar a imponência da raça. É como um adorno natural que impõe respeito, mas nem sempre significa perigo.
Guzerá vs. Vizinhos: Qual É O Lugar Dele Aqui?
Comparado com outros zebuínos, tipo o nelore, que é o mais comum no Brasil, o guzerá tem suas diferenças. O nelore geralmente cresce um pouco mais rápido só pra carne, e tem um rebanho maior. Mas o guzerá tem essa carta na manga da dupla aptidão e, pra muitos, a fêmea guzerá é uma mãe superior, mais leiteira. Aí, quando você mistura o guzerá com outras raças, o negócio fica ainda mais interessante. Com a vaca holandesa, por exemplo, dá o guzolando. Esse cruzamento é famosíssimo pra produzir leite, porque junta a capacidade de produção da holandesa com a rusticidade, a resistência ao calor e a boa habilidade materna do guzerá. O F1 guzolando é um animal superadaptado pro clima tropical e produz leite muito bem. É o tal do vigor híbrido, sabe? Quando a mistura das raças dá um animal que é melhor que os pais separados. E com raças de corte europeias também dá bezerro de qualidade, que ganha peso bem no pasto.
Cuidando do Guzerá: O Que Ele Precisa Pra Ir Bem
Cuidar de um guzerá não é bicho de sete cabeças, não. Aliás, é mais fácil que muitas raças mais “delicadas”. Por ser rústico, ele aguenta bem as condições de pasto, calor e até aquelas doenças que parasitas trazem, tipo carrapato. Não que ele não pegue, claro, mas ele tem uma resistência maior. Precisa de pasto, água e um bom sal mineral, que nem qualquer outro gado. E um manejo tranquilo, né? O negócio é que eles se viram bem mesmo quando as condições não são perfeitas. Isso diminui o custo de produção e a dor de cabeça do criador. A vaca guzerá, por exemplo, raramente precisa de ajuda pra parir, é uma mãe que cuida bem do bezerro, defende ele. É um ciclo mais natural, mais robusto.
Por Que O Guzerá Ainda Tem Seu Valor Forte
No fim das contas, o guzerá tem seu lugar garantido na pecuária brasileira. Não é a raça mais numerosa, mas tem valor demais. Seja pela beleza imponente, pela capacidade de produzir leite e carne, pela resistência que passa pros filhos, ou pela base genética que ele oferece pros cruzamentos. Pra quem tem fazenda em lugar quente e seco, ou quer um gado que não dê tanto trabalho, que se adapte fácil e ainda sirva pra diferentes propósitos, ele é uma escolha e tanto. Ele é a cara da pecuária tropical que sabe usar a força da natureza a seu favor. É o bicho que não se queixa, só produz.
E É Assim Que O Guzerá Se Vira No Campo
Pronto, um resumão do nosso guzerá. Espero que tenha dado pra entender um pouco a importância dele e por que ele tem tanto fã por aí. Bicho de raça, viu? Firme, bonito e produzindo.
FAQ
- Pergunta: Aqueles chifres grandes dão medo. Eles atacam?
- Resposta: Olha, bicho calmo, viu. O chifre é mais pra se defender na natureza e enfeite. Se tratar bem, é tranquilo.
- Pergunta: Guzerá é melhor pra leite ou carne?
- Resposta: É dos dois! Não dá tanto leite quanto uma holandesa, nem ganha peso rápido como um nelore puro, mas faz bem as duas coisas e ainda aguenta o calor. Serve pros dois lados.
- Pergunta: De onde veio essa raça?
- Resposta: Veio lá da Índia, faz tempo. É um dos zebuínos que se adaptou bem aqui no Brasil.
- Pergunta: Eles precisam de pasto muito bom?
- Resposta: Não, essa é a vantagem. Aguenta pasto mais seco, calorão. É mais rústico, não precisa de frescura.
- Pergunta: É uma raça boa pra misturar com outras?
- Resposta: Boa demais! Cruza com holandês pra dar o famoso guzolando pro leite, e com outras raças de corte pra dar bezerro forte. Ajuda a melhorar a mistura.