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Celebre as Festas Juninas: Tradições, Comidas e Alegria

Como é que são de verdade, sem a firula que às vezes colocam por aí? Pois bem, senta aqui, pega uma broa de milho que a gente te conta. Por aqui, onde a vida tem outro ritmo, essa época do ano mexe com a gente de um jeito especial.

Não é só a data no calendário, não. É o cheiro que muda no ar, é a gente que já começa a pensar na receita antiga da avó, no retalho pra fazer bandeirinha. Tem todo um movimento que começa bem antes de junho chegar. É uma festa que abraça a gente, sabe? Que lembra das coisas boas e simples da vida. E tem fogo, viu? Bastante fogo.

Onde a festa começa: a força da fogueira

Antes de tudo, quando se fala em festas juninas, a primeira coisa que vem na cabeça é a fogueira. Pois é, ela é o coração da festa. Por que o fogo? Primeiro, junho é frio por aqui. Então, a fogueira junta a gente, esquenta o corpo. Mas a história vai mais fundo.

Antigamente, o povo acendia grandes fogueiras pra avisar que o dia de São João tava chegando. Era tipo um sinal no céu, sabe? E também pra agradecer a colheita que tinha vindo, pedindo que a próxima fosse boa também.

E aí, em volta dessa fogueira, a coisa acontece. A música começa. O som da sanfona, do triângulo e da zabumba dá aquele ritmo gostoso que não deixa ninguém parado. É um som que chama pra dança. E a dança principal, ah, essa é a quadrilha! Nem sempre é super ensaiada e chique como cê vê na televisão. Aqui, na roça, é mais na base da alegria e da bagunça.

O marcador vai gritando os passos: “Olha a cobra!”, “É mentira!”, “Anarriê!”. Veja bem, é tudo em pares, a gente dança junto, de braço dado, faz túnel, roda. Tem a história do casamento caipira no meio, com noivo, noiva, o padre meio enrolado, o pai da noiva bravo… É uma encenação divertida, e a gente ri um bocado com os tropeços e as confusões.

Porque todo mundo entra na dança, desde o netinho que mal sabe andar até o vô e a vó que já têm dificuldade, mas não perdem a pose. Ou seja, a fogueira acende, a música embala e a dança junta a gente numa roda só de alegria. E isso, por si só, já vale a festa inteira.

Mesa farta: o cheiro bom que vem da roça

Mas festa junina que se preze tem que ter comida boa, viu? E aqui o rei absoluto da mesa é o milho. De todo jeito que cê puder imaginar. Tem o milho cozido quentinho, passado na manteiga derretida, que suja os dedos mas faz a alma sorrir. Aí sim, tem o milho assado na brasa, que fica com aquele gostinho de fumaça, sabe? E depois, a mágica acontece com o milho moído.

Tem a pamonha, que é aquela massa cremosa cozida na própria palha, doce ou salgada. Tem o curau, que é mais molinho, quase um mingau, polvilhado com canela. E sem falar no bolo de fubá, que a gente come quentinho com um café passado na hora. Tem também a canjica, ou mugunzá em alguns lugares, que é o milho branco cozido com leite, coco, canela… Hummm, só de pensar já dá água na boca.

Fora o milho, tem outros quitutes que não podem faltar. Pé de moleque, paçoca, arroz doce, cocada, bolo de aipim (ou macaxeira, dependendo de onde cê tá). É um monte de doce pra grudar o dente e a alma. E pra espantar o frio que faz em junho, tem as bebidas quentes. O quentão, feito com gengibre, cravo, canela e cachaça (ou vinho pra quem prefere o vinho quente). É aquele abraço quente que desce goela abaixo.

Tudo isso a gente faz em casa, com receita que vem de muito tempo, passando de mãe pra filha, de avó pra neta. E leva pra compartilhar na festa. Não é pra vender não, viu? É pra dividir, pra todo mundo provar um pouco do que o outro fez. Ou seja, a comida na festa junina é mais que só comer; é um jeito de mostrar carinho e de manter a tradição viva no sabor. Cada prato conta uma história.

Roupa remendada e brincadeiras que divertem

E a roupa pra ir pra festa? Ah, tem que vir a caráter, é claro! Pra moças e mulheres, vestido rodado, colorido, com babados e, se der, uns remendos de chita. Trancinha no cabelo, com fitas coloridas, e as pintinhas de lápis no rosto, que dão um charme caipira. Pra rapaziada, camisa xadrez é clássico, calça com remendo no joelho (feito de propósito, viu?), chapéu de palha e bigode desenhado com lápis de olho queimado na vela. É tudo meio teatral, mas a gente se diverte entrando no clima.

E o remendo na roupa, veja bem, não é porque não tem outra não; é pra lembrar da vida simples, das origens na roça, onde tudo se aproveitava. Aí, pra criançada (e pros adultos que viram criança de novo), tem as brincadeiras. São jogos simples, mas que fazem a alegria de todo mundo.

  • Tem a pescaria, onde cê tenta pescar com uma varinha torta um peixinho de cartolina que tem um número.
  • Tem a argola, onde cê tenta acertar o gargalo de uma garrafa.
  • E a boca do palhaço, onde cê joga uma bola tentando acertar a boca aberta de um desenho grande.

Os prêmios? Geralmente são doces, brinquedinhos baratos, prendas simples. Mas a graça não tá no prêmio, tá na brincadeira em si, na risada com o erro do amigo, na torcida pra alguém acertar. É um jeito de se divertir sem complicação.

Fora isso, a decoração também faz parte. As bandeirinhas coloridas que a gente corta em casa e pendura de um lado a outro da rua ou do terreiro dão um visual todo especial pra festa. E antigamente tinha muito balão, mas hoje a gente evita soltar, porque dá muito incêndio por aí. É mais seguro e responsável deixar eles só de enfeite, sabe? É essa combinação de roupa engraçada, brincadeiras bobas e enfeites coloridos que dão o clima leve da festa junina.

Nem toda festa junina é igual por aí

Agora, uma coisa importante de saber é que, por mais que o espírito seja o mesmo, a festa muda bastante dependendo de onde cê tá no Brasil. O que a gente vê aqui na roça, nas cidades pequenas, é mais intimista, mais família, mais vizinhança junta. É a fogueira no terreiro, a comida feita em casa, a quadrilha com quem aparece.

Mas lá pra cima, principalmente no Nordeste, a coisa pode virar um evento gigantesco. Cê já ouviu falar no São João de Campina Grande, na Paraíba, ou em Caruaru, Pernambuco? Ali, a festa junina sai da roça e toma a cidade inteira. São dias, até semanas, de festa na rua, com palcos enormes, shows de artistas famosos, gente vindo de todo canto. É o “maior São João do mundo”, dizem. A escala é outra, a estrutura é de um mega evento, com camarote e tudo que tem direito.

Por outro lado, em outros lugares do Nordeste, a festa pode se misturar com outras tradições fortes. No Maranhão, por exemplo, junho também é tempo de Bumba Meu Boi, que é uma manifestação cultural riquíssima, com personagens, danças, músicas e figurinos específicos. Às vezes, a festa junina “convencional” rola junto, mas o Bumba Meu Boi tem sua força própria.

Ou seja, enquanto aqui a gente se junta na palhoça ou no salão da igreja, lá em outros cantos a festa pode ser um show de arena ou uma apresentação cultural complexa. Mostra como o Brasil é grande e diverso, e cada lugar tem seu jeito de abraçar junho. Mas no fundo, no fundo, o que a gente busca em todas elas é a mesma coisa: alegria, união e celebrar a cultura que nos formou. Nem sempre é igual, mas a raiz é a mesma.

Por que a gente continua amando essa festa?

Mesmo com o mundo correndo, com tanta tecnologia e coisa nova aparecendo todo dia, a gente ainda se apega nas festas juninas. E não é só por ser bonita ou gostosa. É porque ela mexe com a gente de um jeito profundo. É um tempo de lembrar  das nossas raízes.

Assim vemos a família que mora longe, os amigos que a gente não vê sempre, os vizinhos. A festa junina cria uma oportunidade pra todo mundo se encontrar, conversar, rir junto, dançar, comer a mesma comida. É um reforço dos laços.

Numa época que a gente vive tanto no “eu” e no “online”, é importante ter um momento pra estar junto de verdade, olho no olho. Além do mais, é uma festa que celebra as coisas simples. O fogo, a comida feita com ingredientes da terra, a música tocada com instrumentos que contam história, a dança em grupo sem coreografia complicada.

É um respiro da vida agitada, um lembrete de que a felicidade, muitas vezes, tá nas coisas mais básicas e autênticas. É um abraço apertado na nossa identidade cultural.

E tem a beleza das tradições que se renovam. A criança que hoje se encanta com a fogueira e as bandeirinhas, amanhã vai ajudar a cortar o milho ou a desenhar o bigode do primo pro casamento caipira. Assim, a festa junina vai passando de geração em geração, se adaptando um pouco aqui e ali, mas mantendo a essência. É por tudo isso que a gente continua amando e esperando junho chegar com aquela pontinha de ansiedade boa.

O que fica quando a fogueira apaga?

Depois que a fogueira vira só brasa, que o último casal da quadrilha cansa, que a música abaixa e o cheiro de quentão já tá no ar frio da madrugada, a festa “acaba”. Mas o que fica não é só a bagunça pra limpar no outro dia, não.

Calor da fogueira que a gente sentiu, o cansaço gostoso de ter dançado a noite toda, o sabor da comida que alimentou o corpo e a alma. Fica a lembrança da risada farta com a bobagem da quadrilha, da conversa jogada fora com o vizinho, do abraço apertado no amigo que apareceu.

Fica a certeza de que a gente faz parte de algo maior, de uma história que começou faz tempo e que a gente ajuda a contar a cada ano. As festas juninas, no fundo, são um lembrete. Um lembrete de que a alegria pode ser simples, que a tradição tem valor, que estar junto é importante.

Elas nos aquecem não só do frio de junho, mas também da frieza que às vezes o mundo tenta colocar na gente. É um calor que fica guardado até o próximo ano, quando o cheiro de fumaça e milho cozido voltar a anunciar que junho chegou e a festa vai começar de novo. É o ciclo da vida, da colheita, da união, tudo junto e misturado na alegria de uma noite de festa junina.

Então, essa é a nossa festa junina. simples, real.

Pois é, é isso aí. Festas juninas por aqui são assim. Uma mistura gostosa de fé, comida que conforta, música que faz querer mexer o pé e gente querida por perto. Não tem muito segredo, não. É só chegar, sentir o cheiro da fogueira, se jogar na dança e provar um pouco de tudo que tem na mesa. É uma festa que acolhe, que lembra das coisas importantes e que deixa a gente com o coração quentinho. Se tiver chance, venha sentir isso de perto um dia. Vale a pena, viu?

FAQ

Por que tem fogueira na festa junina?

Pra aquecer do frio de junho, que faz por aqui. E também é uma tradição antiga ligada a São João, tipo um sinal de agradecimento e celebração. Junta todo mundo em volta, né?

Qual a dança mais famosa?

A quadrilha! Aquela que tem noivo, noiva, e um cara gritando os passos engraçados. É uma bagunça divertida que todo mundo entra.

O que as festas juninas comemoram?

Elas celebram uns santos católicos, principalmente São João, Santo Antônio e São Pedro. E também marcam a época da colheita do milho, que é um alimento super importante.

Só tem comida de milho?

O milho é o rei, aparece de todo jeito! Mas tem um monte de doce, bolo, quentão e outras coisas gostosas feitas em casa pra dividir.

As festas da cidade e da roça são iguais?

Mudam bastante. Na roça é mais simples, familiar. Nas cidades grandes, especialmente no Nordeste, viram eventos gigantescos com shows e muita gente. Cada uma tem seu jeito, mas a alegria é a mesma.